CONQUISTA DE SANTAREM POR DOM AFONSO HENRIQUES
«Os 250 cavaleiros escolhidos eram quase todos monges
do Templo de Salomão, liderados por Hugo de Martónio e Pedro de Gundemaro. Desse
grupo fazia também parte Gualdim Pais. Chovera muito durante o dia em que todos
eles se juntaram em Coimbra para preparar a expedição de assalto a Sant’Irene.»
Na preparação da expedição Afonso para incutir confiança aos seus homens, passou a descrever
como toda a expedição se iria desenrolar. Teriam que percorrer quase 20 léguas
entre Leiria e as-Shantariym ,
passando por cabeços afastados dos povoados
sarracenos localizados a norte e a oeste. Os povoados mais importantes
como Thumar (Tomar), al-Fatimah (Fátima), al-Canena (Alcanena), al-Qubasha
(Alcobaça) e Óppidos (Óbidos) seriam ultrapassados pelas cumeadas das serras,
onde muitas vezes nem existiam caminhos.
«Seguiremos
pela noite e durante o dia descansaremos sem fogueiras”.
«À medida que formos avançando irám ficando pelo
caminho patrulhas de 20 homens, distadas umha légua entre elas, ó modo que de
asinha nos avisem se vier perigo pelos nossos costados».
- Cuidas chegar a Sant’Irene com quantos homens? –
perguntou-lhe o Espadeiro, que continuava preocupado com tão
pequeno número de guerreiros.
- Um cento e meio. Geraldo andará per lá e tomará
conta das muralhas…Nós entraremos pelos portões da cidade, quando os homens de
IBn Qasi os abrirem. Depois se verá.Espero que nesse dia, e antes do sol se
erguer, Sant’Irene volva de novo a mãos christanas.».
Santarém era uma cidade muito rica. Já no séc. X
o escritor árabe Razi escreveu: "No distrito de Santarém a terra é muito
abundante e rica; e os campos podem dar duas sementeiras por ano, querendo-se,
tão boa é a terra de sua natureza".
Em 1147, D. Afonso Henriques preparou-se para atacar e conquistar Santarém. Enviou Mem Ramires à cidade com o fim secreto de estudar o local e ver por onde seria mais fácil a escalada dos muros.
Mem Ramires entrou em Santarém com o pretexto de tratar de negócios. Observou tudo cuidadosamente, tal como o rei lhe recomendara.
Quando regressou a Coimbra contou tudo ao rei. Ofereceu-se para ser o primeiro cavaleiro a trepar os muros e levantar o estandarte real no interior do castelo.
Com um plano traçado, o rei saiu de Coimbra a uma 2ª feira, dia 10 de Março de 1147. Ia na companhia dos seus cavaleiros, entre os quais Fernando Peres, Gonçalo Gonçalves, Lourenço Viegas, Pero Pais e Gonçalo Sousa.
No segundo dia de marcha, D. Afonso Henriques ordenou a Martim Mohab que fosse com mais dois homens a Santarém. Partiram com a missão de anunciar aos mouros que as tréguas ficavam suspensas por três dias.
Na madrugada de 6ª feira a pequena hoste acampou em Pernes. O rei falou com os seus cavaleiros: "Combatei por vossos filhos e descendentes, que convosco eu próprio estarei (...) e nada haverá, na vida ou na morte, que de vós me possa apartar".
Em seguida confiou-lhes o plano para o ataque a Santarém. Quando os cavaleiros compreenderam que D. Afonso Henriques os queria acompanhar no ataque, tentaram dissuadi-lo.
O rei respondeu que preferia morrer a não tomar Santarém naquele ano. Para sossegar os ânimos, o rei lembrou que em Coimbra, os monges de Santa Cruz rezavam pela vitória.
O rei ordenou que se escolhessem cento e vinte soldados, que se fabricassem dez escadas e que a cada dúzia de homens se confiasse uma escada. Assim, com as escadas, a escalada dos muros da cidade seria mais rápida e segura.
Ao anoitecer, puseram-se em marcha rumo a Santarém, conduzidos por Mem Ramires. Perto da cidade, seguiram por um vale entre o monte Iraz ou Motiraz e a fonte de Tamarmá.
Em 1147, D. Afonso Henriques preparou-se para atacar e conquistar Santarém. Enviou Mem Ramires à cidade com o fim secreto de estudar o local e ver por onde seria mais fácil a escalada dos muros.
Mem Ramires entrou em Santarém com o pretexto de tratar de negócios. Observou tudo cuidadosamente, tal como o rei lhe recomendara.
Quando regressou a Coimbra contou tudo ao rei. Ofereceu-se para ser o primeiro cavaleiro a trepar os muros e levantar o estandarte real no interior do castelo.
Com um plano traçado, o rei saiu de Coimbra a uma 2ª feira, dia 10 de Março de 1147. Ia na companhia dos seus cavaleiros, entre os quais Fernando Peres, Gonçalo Gonçalves, Lourenço Viegas, Pero Pais e Gonçalo Sousa.
No segundo dia de marcha, D. Afonso Henriques ordenou a Martim Mohab que fosse com mais dois homens a Santarém. Partiram com a missão de anunciar aos mouros que as tréguas ficavam suspensas por três dias.
Na madrugada de 6ª feira a pequena hoste acampou em Pernes. O rei falou com os seus cavaleiros: "Combatei por vossos filhos e descendentes, que convosco eu próprio estarei (...) e nada haverá, na vida ou na morte, que de vós me possa apartar".
Em seguida confiou-lhes o plano para o ataque a Santarém. Quando os cavaleiros compreenderam que D. Afonso Henriques os queria acompanhar no ataque, tentaram dissuadi-lo.
O rei respondeu que preferia morrer a não tomar Santarém naquele ano. Para sossegar os ânimos, o rei lembrou que em Coimbra, os monges de Santa Cruz rezavam pela vitória.
O rei ordenou que se escolhessem cento e vinte soldados, que se fabricassem dez escadas e que a cada dúzia de homens se confiasse uma escada. Assim, com as escadas, a escalada dos muros da cidade seria mais rápida e segura.
Ao anoitecer, puseram-se em marcha rumo a Santarém, conduzidos por Mem Ramires. Perto da cidade, seguiram por um vale entre o monte Iraz ou Motiraz e a fonte de Tamarmá.
Junto da cidade ouviram as
vozes de dois mouros, as atalaias. A hoste escondeu-se numa seara, esperando
que os vigias mouros adormecessem.
Quando os vigias adormeceram, Mem Ramires utilizou a ponta de uma lança para prender uma escada ao topo do muro.
Quando os vigias adormeceram, Mem Ramires utilizou a ponta de uma lança para prender uma escada ao topo do muro.
Esta, no entanto, caiu com estrondo sobre o
telhado de uma casa. Reagindo com rapidez, Mem Ramires ordenou a Moqueime, um
moço de alta estatura, que lhe trepasse para os ombros e amarrasse a escada nas
ameias.
Logo que a escada ficou presa, os cristãos subiram sem hesitar e um hasteou o pendão real.
Mas os mouros acordaram com o barulho e perguntaram: "Manhu? Manhu? (Quem é? Quem está aí?)".
Quando perceberam que estavam a ser atacados, gritaram: "Anaçara! Anaçara! (Nazarenos! Nazarenos!)". Mem Ramires respondeu com o grito de guerra: "Santiago e rei Afonso!".
Fora dos muros, ouvia-se a voz do rei invocando Santiago e a Virgem Maria e dando a ordem de matança: "Matai-os a todos! Que nenhum escape ao ferro!".
Logo que a escada ficou presa, os cristãos subiram sem hesitar e um hasteou o pendão real.
Mas os mouros acordaram com o barulho e perguntaram: "Manhu? Manhu? (Quem é? Quem está aí?)".
Quando perceberam que estavam a ser atacados, gritaram: "Anaçara! Anaçara! (Nazarenos! Nazarenos!)". Mem Ramires respondeu com o grito de guerra: "Santiago e rei Afonso!".
Fora dos muros, ouvia-se a voz do rei invocando Santiago e a Virgem Maria e dando a ordem de matança: "Matai-os a todos! Que nenhum escape ao ferro!".
Os que já tinham subido as escadas tentaram
arrombar as portas, mas sem o conseguirem. Então, os que estavam do lado de
fora, atiraram-lhes um malho de ferro por cima dos muros, com o qual os de
dentro partiram os ferrolhos.
Todos entraram, correndo. Logo que passou a porta, o rei ajoelhou-se por um momento, agradecendo a Deus aquela vitória.
Muitos mouros morreram nessa noite. Outros foram feitos cativos.
Quando se fez dia, nesse Sábado 15 de Março de 1147, já o rei D. Afonso Henriques era senhor de Santarém. Desde então, a cidade de Santarém ficou sempre na posse dos portugueses.
Todos entraram, correndo. Logo que passou a porta, o rei ajoelhou-se por um momento, agradecendo a Deus aquela vitória.
Muitos mouros morreram nessa noite. Outros foram feitos cativos.
Quando se fez dia, nesse Sábado 15 de Março de 1147, já o rei D. Afonso Henriques era senhor de Santarém. Desde então, a cidade de Santarém ficou sempre na posse dos portugueses.
(pela recolha JERO)
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