terça-feira, 25 de maio de 2010

M 256 - MONGES E CAMPONESES EM 5 DE JUNHO DE 2010


NOVO LIVRO DE ANTÓNIO VALÉRIO MADURO

O Centro do Património da Estremadura e a Folheto – Edições e Design promovem, no dia 5 de Junho, pelas 18 horas, no Armazém das Artes, em Alcobaça, a apresentação do livro “Monges e Camponeses – O Domínio Cisterciense de Alcobaça nos Séculos XVIII e XIX”, de António Valério Maduro.
A obra será apresentada por Rui Rasquilho, presidente da A.M.A., Associação de Amigos do Mosteiro de Alcobaça.
A sessão de apresentação contará ainda com a presença de Saúl António Gomes, Professor do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.


O presente trabalho de António Valério Maduro faz uma história de vida do domínio cisterciense de Alcobaça nos séculos XVIII e XIX.

No século XVIII, a paisagem dos coutos de Alcobaça é profundamente transformada. A beirada da Serra é tomada pelo olival, fazendo de Alcobaça uma terra de oliveiras e de azeite, produto que passa a influir decisivamente nas rendas do Mosteiro. Aliás, o olival não para de crescer com as tomadias populares do século XIX, alcandorando o concelho ao lugar de primeiro produtor de azeite do distrito de Leiria. A mata primitiva de folhosas que ornamentava a Serra dos Candeeiros e que representava a maior mancha florestal dos Coutos vai, em contrapartida, ser sangrada até à exaustão. Nas terras de campo verifica-se o milagre do maís americano. O milho grosso desaloja os outros cereais e torna-se soberano na dieta alimentar das populações. Graças ao milhão a fome começa a ser vencida e o povoamento intensifica-se. O olival nas terras sequiosas da Serra e o maís nas úberes terras de campo protagonizam uma revolução agrária ímpar no território alcobacense. A acompanhar a última fase do agrosistema cisterciense multiplicam-se os lagares de azeite e moinhos de pão que a Ordem Cisterciense controla. Esta matriz agrária perpetua-se para além de Cister, conduzida agora pela mão de algumas famílias que adquiriram o amplo património rústico do Mosteiro. A desestruturação deste modelo dá-se a partir da 2ª metade do século XIX, com a aventura do arroz que passa a competir com o milho e com o sucesso da vinha que passa a ser o verdadeiro motor da economia alcobacense. É o tempo do capitalismo com as novas relações de produção e mercado chegar à agricultura.

António Eduardo Veyrier Valério Maduro é natural de Alcobaça, onde nasceu em 1959.
É professor na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo em Leiria.
Doutorou-se em História Contemporânea na Universidade de Coimbra no ano de 2007, com o estudo Tecnologia e Economia Agrícola no Território Alcobacense (séculos XVIII a XX).
É investigador do Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD), unidade de investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e colaborador do Centro de História da Sociedade e da Cultura (CHSC), unidade de investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
A sua actividade de investigação de matriz histórica e antropológica centra-se nos domínios da economia e tecnologia agro-marítima e industrial, desenvolve ainda estudos no âmbito da I República.
É sócio da ADEPA e da AMA.

domingo, 23 de maio de 2010

M 255 - O CANHÃO DA NAZARÉ


O CANHÃO DA NAZARÉ É O MAIOR DESFILADEIRO SUBMARINO DA EUROPA

A imagem do Canhão da Nazaré foi obtida através de um sistema multifeixes de modo a mostrar a morfologia detalhada do canhão nos seus primeiros 5km até uma profundidade de 330m.
A imagem foi obtida pelo Instituto Hidrográfico no âmbito do Projecto SECNA (Estudo Morfo- dinâmico da Cabeça do Canhão da Nazaré) com uma ecosonda de feixes múltiplos SIMRAD EM 950 instalada no UAM “Coral”.
O sistema possui uma largura de feixe de 3.3x 3.3º e um total de 60 feixes, com um ângulo de cobertura de 130º.
A área coberta é de aproximadamente 15km2

O Canhão da Nazaré, como o nome indica fica situado na costa da Nazaré, Portugal.
É o maior desfiladeiro submarino da Europa, tem uma extensão de cerca de 200 km e chega a atingir os 5.000 m de profundidade.
Rico e diverso em vida marinha, tem vindo a ser alvo de vários estudos por parte da Marinha Portuguesa, e várias outras instituições, nacionais e estrangeiras, com o objectivo e como argumento para expansão da "Zona Econômica Exclusiva Portuguesa", ZEE.
Recentemente os pesquisadores encontraram, por exemplo, um tubarão a 3600 metros de profundidade, assim como diversas colónias de corais.
WIKIPÉDIA
Nota de rodapé
O Comandante do submarino U-963 , o Oblt. Rolf-Werner Wentz ,não tinha então acesso à Wikipédia mas, obviamente, que sabia bem onde estava em 20 de Maio de 1945. Não foi por acaso que rumou para os mares da Nazaré...
JERO

sábado, 22 de maio de 2010

M 254 - SUBMARINO AO FUNDO...



O SUBMARINO U-963

Uma história lendária que aconteceu há 65 anos nos mares da Nazaré…
Tinha 5 anos quando acabou a 2ª. Grande Guerra (1939-1945). A recordação mais longínqua que recordo dos meus tempos de miúdo tem a ver com um mar de gente no Rossio de Alcobaça, que reuniu milhares de pessoas para festejar a vitória dos Aliados e o fim da guerra . Foi a minha mãe que me levou pela mão até ao Rossio e me repetiu vezes sem conta para eu não esquecer aquele dia : “Acabou a Guerra ! Acabou a Guerra!” .
E, de facto nunca mais esqueci.

Uns anos mais tarde, já como adolescente, comecei a ir , a banhos, com os meus pais para a praia da Nazaré. Julgo que terá sido então ,quando tinha uns 12 ou 13 anos, que comecei a ouvir falar do submarino alemão que o comandante tinha afundado frente à Nazaré, num dos locais profundos da costa portuguesa. Confesso que sempre admirei esse gesto, que guardei nas minhas memórias envolto numa” nuvem confusa” misto de tragédia, derrota, mas também de coragem e romantismo”.
Quando atingi os meus 18/20 anos consumi montes de livros sobre a 2ª. Grande Guerra (Hans Helmut Kirst, Sven Hassel e outros).
Quando a narrativa metia submarinos alemães vinha-me sempre à cabeça o submarino que fora afundado pelos “seus” frente à Nazaré, para não cair nas mãos dos vencedores da guerra.
E essa memória ficou até hoje.
É portanto com alguma emoção que recordo essa “estória” , que povoou a minha infância, e que veio agora - “ à superfície” - 65 anos depois de Maio de 1945.
No entanto o “mistério”,o submarino U-963, continua nas profundezas sem nunca ter sido avistado pelos vencedores…

O que ficou para os registos da história foi que o submarino “U -963” teve como último comandante o oficial alemão Rolf-Werner Wentz…

JERO

Nota última - Ao longo dos anos , depois do consumo de muitos livros sobre a guerra de 39-45 e da minha passagem pela vida militar (1962 a 1966), sempre distingui no exército alemão militares com valores e seres desprezíveis, adeptos do regime nazi, que praticaram ou foram responsáveis pelos maiores atrocidades de que a humanidade teve conhecimento ao longo de todos os tempos.
JERO


O submarino U-963

O submarino U-963 foi afundado pela própria tripulação após ordem de cessação de hostilidades a 20 de Maio de 1945 emanada pelo Estado Maior Alemão e encontra-se no denominado canhão da Nazaré (39.36N, 09.05W).
Teve como último comandante o Oblt. Rolf-Werner Wentz.
Trata-se de uma das duas unidades VIIC auto afundadas em águas territoriais portuguesas, está a uma profundidade e em local que tem impedido o seu reconhecimento arqueológico.
O comandante alemão, Rolf Wentz escreveu uma carta à equipa de investigação, pedindo expressamente que se não perturbasse o U-963:
"Não o acordem por favor, deixem-no dormir no berço".

Isto levanta uma tempestade de questões tendo em conta múltiplas contradições detectadas entre as declarações prestadas durante o documentário e alguns factos expressos na carta de Wentz. Os investigadores querem por exemplo saber (e para isso precisam de um contacto visual com o navio) qual é o verdadeiro estado do casco. Se todas as testemunhas visuais declaram que o navio foi afundado pela simples abertura das escotilhas de ventilação em conjunto com o enchimento dos tanques de lastro (versão corroborada pelo Engº Harry Forster -estranho nome para um oficial germânico) porque razão isso ocupou quatro homens da tripulação quando é comum encontrar relatos de que um único homem o poderia fazer a partir da sala das máquinas? Porque razão o U-963 depois de terminada a sua missão principal, a de lançamento de minas a Oeste da Rota das Ilhas Hébridas e quando se dirigia para a quadrícula de patrulha que lhe tinha sido destinada, invoca uma avaria de comunicações (que não o impede contudo de receber a indicação de que a guerra tinha terminado) para derivar para um ponto (impossível de confirmar) no Golfo da Biscaia?.Segundo o Comandante Wentz explicita na sua carta, "Foi no Golfo da Biscaia que descartámos os detonadores dos torpedos". Apesar de ser normal esta medida (o Estado Maior alemão indicara aos seus comandantes navais que deveriam entregar-se em porto neutral - na sua maioria portos da América do Sul, dos quais Lisboa não consta - ou proceder ao afundamento dos navios), para mim é absolutamente improvável que o U-963 tenha estado no Golfo da Biscaia, ponto perigosíssimo porque já varrido pelas ondas de radar instalados em barcos e aviões bombardeiros e um autêntico cemitério de U-Boats regressados das patrulhas do Atlântico Sul. Herbert Werner, o único comandante alemão que conseguiu sobreviver a todo o período da Segunda Guerra Mundial, tem sobre este tema uma passagem no seu livro "Caixões de ferro", uma frase deveras esclarecedora quando diz (e cito de memória): "Do norte da costa portuguesa até sair da Biscaia, ninguém dorme. Nenhum homem quer morrer na cama e só descansa verdadeiramente sobre o betão de Brest". Wentz notificou as autoridades portuguesas da rendição da sua tripulação (veio a terra à Capitania da Nazaré) e foi por elas informado que viriam de Lisboa os meios necessários à revista do submarino. Facto não aceite e que terá precipitado o afundamento imediato? Haveria mais gente a bordo? (Rumores, impossíveis de confirmar sem uma visita ao interior do navio, falam de um transporte de prisioneiros, facto que ocorreu com frequência nos últimos meses da guerra). Pode Wentz estar preocupado com esse eventual facto? O comandante afirma no documentário da SIC e na carta que nada de pessoal veio de bordo. Nenhum Diário, nenhuma carta, apenas objectos pessoais. Facto raro, nomeadamente a ausência de menções a material de criptografia (que era nos últimos meses do conflito, um autêntico "livro aberto" para a inteligência britânica...).

Posted by Armanda Cabral at
9:58 AM
Março 30, 2007
ADENDA-“ Nota depois da última”
A componente “romântica” da minha tese do afundamento do U-963 sofreu entretanto alguns “rombos” na sua consistência.
Já depois da “Nota última” conversei com um amigo, ex-combtente de “patente” superior à minha ,que me afirmou que na última fase da guerra os submarinos(e toda a Marinha de Guerra) dependiam do Almirante Canaris, nazi convicto que sucedeu a Hitler depois da sua morte. Nos últimos meses da guerra não teria havido lugar para rendições honrosas pelo que o afundamento ao largo da Nazaré teria obedecido tão só a ordens expressas do Comandante Chefe.
Quando estava para “embarcar” nesta tese fui à net ver alguns dados sobre o Almirante Canaris que afinal morreu por ser da “oposição”.Na Wikipédia (enciclopédia livre) é referido que Canaris já se encontrava em prisão domiciliária quando ocorreu o
atentado de 20 de Julho de 1944 contra a vida de Hitler. A sua situação ilibava-o de responsabilidade directa, mas após a prisão, tortura e interrogatório de vários envolvidos, Hitler e Himmler ficaram com provas que Canaris estava pelo menos moralmente de acordo com o sucedido.
O julgamento foi sumário e a condenação à morte inevitável. Canaris foi executado por estrangulamento a
9 de Abril de 1945 no campo de concentração de Flossenbürg, poucas semanas antes do suicídio de Hitler e do final da guerra.
- Quem sucedeu a Hitler foi o Almirante Doenitz que, ao assumir a chefia da Alemanha, se dirigiu aos povo e exércitos alemães comunicando que o "fuehrer" tinha tombado (2.Maio.1945) pela sua grande fé em salvar os povos da Europa do bolchevismo.

«Eu vos peço disciplina e obediência. O caos e o colapso podem ser prevenidos pelo cumprimento sem reservas, de minhas ordens. Aquele que neste momento fugir aos seus deveres, é um covarde e um traidor porque ajudará a trazer a escravidão e a morte ao povo alemão, às nossas mulheres e crianças. O juramento de obediência que prestastes ao "fuehrer" aplica-se agora, ao sucessor do "fuehrer". Soldados alemães cumpri o vosso dever. A vida de nosso povo está em perigo».

Cerca de duas semanas depois desta proclamação a Alemanha rendeu-se e…acabou a guerra.
Ainda da Wikipédia:-«Durante a Segunda Guerra Mundial os submarinos alemães tiveram um papel muito importante na
batalha do Atlântico, que durou até à invasão da Europa. Durante as fases iniciais da guerra os submarinos alemães foram extremamente eficazes a destruir navios de carga aliados, aproximando-se da costa atlântica dos EUA e até mesmo do Golfo do México.Graças principalmente às forças americanas os progressos nas tácticas dos comboios navais, radar, sonar, cargas de profundidade, a descodificação dos códigos da Enigma e a introdução da escolta aérea diminuíram a eficácia dos submarinos alemães. No final da guerra, a frota alemã tinha sofrido grandes baixas, perdendo 743 embarcações e cerca de 30,000 marinheiros.»
Perante estes últimos dados quem sabe o que teria passado pela cabeça do Comandante do U-963 nas duas últimas semanas da guerra ?
JERO
.

terça-feira, 18 de maio de 2010

M 253 - NOVOS TEMPOS NOS TEMPOS DOS MAIS NOVOS


Família vs. Tecnologia


Os mais novos vivem ligados às consolas, ao computadores e aos telemóveis.
Saiba de que forma pode combater o fosso intergeracional.
Os relacionamentos familiares têm sofrido grandes alterações, estando cada vez mais frágeis e muito devido à evolução tecnológica e social que leva os pais e os avós a quererem compensar a falta de tempo para os mais novos com consolas, computadores, telemóveis, etc.
Por outro lado, a mobilidade social é também um forte contributo para o afastamento (e até mesmo desaparecimento) dos laços familiares.
Então, o que fazer para combater este fosso intergeracional?
Manter o contacto
Apesar de terem sido substituídas, na maioria dos casos, por emails, as cartas continuam a ser um dos meios de comunicação de eleição do mais novos.
Por isso, para quem está longe (ou até mesmo perto mas não consegue fazer tantas visitas quanto as que gostaria) nada como enviar cartas com alguma regularidade para manter o contacto.
E, já agora, porque não partilhar vivências passadas e presentes?
As cartas podem ser uma excelente oportunidade para partilhar histórias da juventude e, se forem divididas em episódios, conseguem manter o interesse e ansiedade dos mais novos.
É importante também que se peça por uma carta de resposta.
Afinal, a comunicação deve ser bilateral para ser eficaz.
Melhorar as conversas telefónicas
O comum, quando se telefona para um filho ou neto, é perguntar como está, o que tem feito, como vai a escola ou trabalho e pouco mais.
Para reforçar os laços com o familiar é importante que haja uma partilha entre os dois.
Quando telefonar experimente falar sobre:
- a história do seu melhor amigo da adolescência;
- o seu jogo favorito quando era mais novo (berlindes, futebol, peão, elástico, pregos);
- o seu antigo bairro ou cidade;
- a sua escola e amigos;
- as suas actividades extra-curriculares (bandas ou coros a que pertenceu, desportos que praticava, etc.)
- os disparates/asneiras que fez;- e muito mais.
Apesar das crianças, adolescentes ou jovens adultos nem sempre iniciarem este tipo de conversas, não significa que não queiram ouvir as histórias da juventude dos pais, tios ou avós.
E, quando ouvem uma história, a tendência é querer retribuir com outra. Os laços são fortalecidos e consolidados.
Por isso, se pensa que ao oferecer o presente que ele tanto quer está a reforçar a sua ligação familiar, engana-se.
Opte antes por se aproximar através da amizade.
Joana Guimarães
2010-05-13
Fonte: www.eldr.com

domingo, 16 de maio de 2010

M 252 - E FEZ-SE LUZ...


A Iluminação Pública em Alcobaça

A iluminação pública como sinónimo de civilização, conforto e segurança é um projecto historicamente recente. A cidade iluminada dos bairros aristocráticos e burgueses, do passeio público e dos edifícios da administração contrastava com a cidade escura das classes populares.

Em Portugal, Lisboa é a primeira cidade a beneficiar de um plano de iluminação pública, obra avançada no ano de 1780 pelo intendente Pina Manique. Por motivos de segurança, os candeeiros multiplicam-se e manda-se que sejam acesos independentemente de fazer luar. No ano de 1840, só para iluminar a cidade de Lisboa existiam 2.328 candeeiros que consumiam entre 12.000 a 13.000 almudes de azeite por ano.
Em 1854, a vereação de Leiria solicitava à sua congénere de Lisboa a cedência de 40 candeeiros para queima de azeite, em virtude do gás, que passa a iluminar a capital, os deixar sem préstimo. Vinte e quatro anos volvidos, o arrematante da iluminação demandava uma pensão maior para manter acesos por toda a noite os candeeiros de Leiria. A Câmara decide então restringir a iluminação pública. Apenas nos meses de Janeiro, Fevereiro, Novembro e Dezembro se autoriza que os candeeiros se mantenham acesos em permanência, devendo nos restantes meses ser acesos apenas nas noites em que não faça luar.
A iluminação pública só chega a Alcobaça no final da década de 70. Na sessão camarária, de 10 de Dezembro de 1877, autoriza-se a compra de 22 candeeiros e respectivas consolas para servir a vila de Alcobaça e o povoado da Nazaré durante a época balnear. Os custos elevadíssimos da queima de azeite levam à procura de soluções alternativas.
A concorrência de oleaginosas como a purgueira vai, gradualmente, desalojar o azeite da iluminação dos espaços públicos.

Jacome Ratton, nas suas “Recordações…”, propunha a substituição do azeite na iluminação e indústria pelo óleo de baleia”.

Segundo deliberação da vereação alcobacense, de 9 de Junho de 1846, o azeite destinado à iluminação da cadeia municipal passa a ser traçado com ⅓ de óleo de peixe.

A ideologia e moral da sociedade oitocentista não repugnava submeter os prisioneiros ao cheiro fétido da queima de óleo de peixe num recinto fechado.
Os ritmos de mudança são assimétricos.

As matérias de queima para iluminação convivem nas próprias áreas urbanas estabelecendo a distinção entre centro e periferia. Queimam-se velas de sebo, azeite de oliveira e de purgueira, resinas, petróleo e gás, até a energia pura da electricidade erradicar o processo da queima para a obtenção de luz.
Em Alcobaça, o industrial Joaquim Ferreira de Araújo Guimarães já tem a funcionar, desde o final do século XIX, uma turbina de alimentação e um dínamo para produção de energia eléctrica. No contrato de arrendamento de um moinho de farinação contíguo à sua casa de habitação pode ler-se que: “Da corrente d’agua que serve de motor ao moinho arrendado e que também serve de motor ao dynamo da luz eléctrica estabelecida no mesmo prédio não poderão os rendeiros (…) utilizar-se como motor do moinho desde o anoutecer até à meia noute e também da meia noute em diante, nas noutes em que for necessária luz para o clube e para casa d’ella senhoria alem da meia noute, pois que n’aquelas horas toda a corrente d’agua será empregada na produção de luz eléctrica”.

No ano de 1889, a Avenida da Liberdade recebe a energia eléctrica.

Mas o benefício da electricidade só se divulga na capital a partir da primeira guerra. A irradiação da luz eléctrica pelo território nacional encalhou nas barreiras de um país rural de povoamento disperso.

A cobertura eléctrica plena só chega na década de 90.

António Valério Maduro

sábado, 15 de maio de 2010

M 251 - ESTAÇÕES Primavera,Verão, Outono, Inverno e ...Valado dos Frades



de Valado dos Frades

A Estação do Caminho de Ferro, integrada na Linha do Oeste, possuía um estatuto muito especial - era uma das mais movimentadas em pessoas e trânsito de mercadorias (por aqui se escoava a maioria dos produtos agrícolas do Valado, bem assim como grande volume das produções industriais de Alcobaça, Benedita, etc., para além de todo o correio de Alcobaça-Nazaré-Valado, que era transportado no comboio correio) e em relação às pessoas, a importância de Alcobaça e Nazaré explicam a grande afluência para além do facto de haver ligações rodoviárias para quase todos os comboios.
Tinha a Estação um dos jardins melhor organizados e tratados, sendo uma campeã nos concursos das Estações Floridas...voltarei a este assunto noutra ocasião.
A frente voltada ao cais de embarque, mostra-nos um rico painel de azulejos, fabricados na Fábrica Aleluia em Aveiro no ano de 1929, assinados AOliveira.
Neles estão representados vistas do Santuário de N. S. da Nazaré, o Mosteiro de Alcobaça e claustros e uma panorâmica da Nazaré.
Só um lamento...o estado de abandono e não tarda de degradação em que tudo se encontra!....
Publicada por Hélio Manuel Coelho Matias em
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Etiquetas Estação Caminho Ferro

Nota:- Encontrei hoje em Alcobaça,à tarde, o meu amigo e companheiro dos velhos tempos do Colégio do Dr.Cabrita, Hélio Matias.

Cada um à sua maneira temos vidas de reformados muito ocupadas...Ficou a promessa de encontrarmos mais vezes e trocar pesquisas, documentos e ...memórias.

Para início desta nova fase das nossas vidas faço-lhe a surpresa de reproduzir uma das postagens do seu blog "Valado dos Frades Hélio Matias". Foi postada em 2009.Infelizmente continua actualizada.O estado de abandono mantém-se!

JERO

M 250 - E O VENCEDOR É ...BERNARDO FIGUEIREDO


OLIMPÍADAS DE QUÍMICA DA UNIVERSADE DE AVEIRO
O VENCEDOR É ALUNO DA “INÊS DE CASTRO”

O Bernardo Figueiredo é reincidente nestas andanças.
Pelos vistos não tem “emenda”…
Foi portanto com agrado ,mas sem grande surpresa ,que soubemos em 9 de Maio último, pelo pai do Prof. Dr. Paulo Jorge Claro ,que o miúdo maravilha dos “Figueiredos” tinha sido o vencedor das Olimpíadas de Química da Universidade de Aveiro
Porque já somos velhos conhecidos tivemos uma conversa informal em nossa casa com o Bernardo que respondeu a algumas questões com a sinceridade e simplicidade que o caracterizam.
O seu segredo?
Só estuda no dia anterior aos testes e prefere estar com atenção durante as aulas.
Não é um “marrão”.Longe disso…
Tem 16 anos no B.I., é tímido mas sabe o que quer e tem o bom senso de alguém mais velho…
Íamos a dizer o bom senso de um adulto mas há adultos que às vezes agem como garotos…
Portanto ficamos numa coisa simples: o Bernardo tem bom senso.
Fala dos seus professores com estima embora, como é natural, há alguns que o marcaram mais que outros.Mas não quer individualizar...
Arrisca dois nomes: o Prof. Desidério e a Prof.Isabel de Almeida. Esta última é a sua actual Professora da “Inês de Castro”.
E destaca ainda como pessoas importantes na sua vida de estudante…os seus colegas.
Aqui os da frente são o João Pereira e a Catarina Correia, parceiros do “trio maravilha” que já conquistou alguns prémios.
Aliás estiveram em passado recente na Suécia onde devido à grande concorrência de alunos dos Países de Leste ficaram um pouco afastados dos primeiros lugares.
Passatempos?
Nos tempos livres joga xadrez(equipa do Prof.Fatal) e badmington.
E o que queres ser quando for grande?
Do alto do seu metro e oitenta o Bernardo Figueiredo diz que quer ser físico ou matemático.
Confessa que não gosta da prática.
Prefere teoria.
Em relação à escola queres dizer mais alguma coisa?
- Os jovens de hoje em dia fazem muito barulho e não aproveitam.
O Bernardo Figueiredo pelos vistos não tem “emenda”…
Parabéns campeão.
JERO

quarta-feira, 12 de maio de 2010

M 249 - PEDRAS COM HISTÓRIA




PEDRAS COM HISTÓRIA



AS 4 CRUZES DE PEDRA COMO LIMITES DA LOCALIDADE DE TURQUEL



Em Maio algumas das celebres 4 cruzes de pedra existentes em Turquel costumam ser enfeitadas com flores.
Deve-se ao facto do dia 3 de Maio ser dedicado à Exaltação da Santa Cruz, pelos católicos.
A cruz é o símbolo dos cristãos.
Já os nossos navegadores transportavam a cruz para evangelizar os povos da terras por onde iam passando.
O nome de "cruz" era atribuído a muitos locais e o Brasil foi conhecido por "Terra de Vera Cruz".

A festa da Exaltação da Santa Cruz é solenizada em muitas povoações do nosso país, sendo feriado municipal no concelho de Barcelos.
Existe o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde estão os túmulos dos nossos reis, D.Afonso Henriques e D. Sancho I.

Nas terras de fortes tradições cristãs, as cruzes aparecem por todos os locais.
Ao longo das estradas, existem algumas cruzes que assinalam o local onde alguém morreu de acidente.

No início de muitas tarefas se faz o sinal da cruz, como podemos ver no futebol em que alguns jogadores o fazem.

Nos campos, colocavam-se muitas cruzes, feitas com ramos de árvores, no meio das searas. Ao longo do tempo, depois de amassada a farinha para o pão do sustento do nosso corpo, as pessoas traçam, ainda hoje, uma cruz sobre a massa a fintar e dizem algumas orações como "Deus te acrescente para alimento desta gente".

Também a povoação de Turquel tem raízes profundamente cristãs, existindo 4 cruzes de pedra, com cerca de um metro de altura, colocadas nos limites da localidade.

Uma delas encontra-se a Norte, na zona do Carril, outra a Sul no início da Rua Principal; as outras duas situam-se na parte Este da localidade, na zona de Farrejais e nas Eiras.
Os nossos antepassados orientavam-se pelas cruzes, para dali serem abençoados os campos, na Quinta Feira da Ascensão (Dia Santo e Dia da Espiga) pelo pároco que vinha até ali em procissão com os seus fiéis, rezando as Ladainhas.
Também o Sagrado Viático (Comunhão aos doentes) era feito com um ritual próprio (com umbela e velas) até onde estão estas cruzes, por ser dentro da povoação.
Para além das cruzes, a Comunhão aos doentes era distribuída com menos ritual.
Aquando da morte de alguém, dentro da localidade de Turquel, o pároco acompanhava o defunto desde a residência.
Para além da localidade, era acompanhado desde o local onde se situavam as cruzes.
Até pelo toque do sino da igreja, aquando da morte de alguém, os populares aplicavam os termos: "cruzes adentro ou cruzes fora".

Estas cruzes mantêm-se, seria bom embelezá-las e preservá-las, como fizeram os nossos avós!

Acácio Ribeiro,
correspondente em Turquel de O ALCOA
e meu particular amigo (JERO).
Este "desafio" de pesquisa começou num dia em que esperava o Acácio junto de sua casa em Turquel e fotografei a cruz que ilustra esta postagem.
A aposta foi hoje ganha..
JERO
Citando acaanton@netvisao.pt:
E.mail de 13.Maio.2010PS: Esqueçi-me de dizer que hoje quando passei junto à cruz que você conhece e me faz de vizinha ela já se encontrava efeitada com flores (foi ontem decorada por alguém que desconheço) como era tradição antigamente (das 4 é a única em que isso ainda acontece). Se quiser passar amanhã mais cedo e admirar ou tirar uma foto está à vontade! AR
Caro amigo e companheiro de lutaBoas notícias.Gostei muito de saber que a "nossa" cruz já está decorada com flores.Vou ver se a consigo fotografar.Um abraço e até amanhã.JERO

terça-feira, 11 de maio de 2010

M 248 - RECORDAR É VIVER...

LOUREIRO, OLIVEIRA E PASSADOS…

Nem sempre o que parece é !
Nesta história de vida, que nos propomos dar à estampa ,o Loureiro, o Oliveira não são árvores mas apelidos de dois ex-militares que se conheceram na Guiné na década de 60.
Também nesta história os “passados” nada têm a ver com os frutos secos, que se costumam comer a partir do final do Outono, mas com “tempos” diferentes de vida…
Aqui os passados reportam-se a tempos recentes e distantes que circunstâncias diferentes da vida fizeram cruzar…
Em passado recente , mais propriamente no passado dia 9 de Maio, o Loureiro e o Oliveira encontraram-se em Mafra, na E.P.I. (Escola Prática de Infantaria) num convívio de ex-militares da sua Companhia da Guiné.
Cabe aqui esclarecer, para os menos conhecedores do “meio”, que estes convívios são muito frequentes de norte a sul do País e a maioria deles ocorre durante o mês de Maio.
O Loureiro e o Oliveira estiveram assim no 44º. Convívio da C.Caç. 675, que foi a “família” de 170 jovens militares no período de 1964 a 1966.
Em relação à viagem de regresso - de Bissau a Lisboa em 3 de Maio de 1966- já lá vão portanto 44 anos…
Regressando a esse passado distante é tempo de dizer que o Loureiro é natural da Marinha Grande. O responsável por estas linhas – o tal Oliveira do título – é de Alcobaça.
Personalizando…
o facto de sermos vizinhos na vida civil facilitou a nossa proximidade “militar”numa relação que, a correr bem, ia durar pelo menos dois anos.
O Loureiro - Leonel João Gil Loureiro de seu nome completo – era o Furriel das Transmissões. O facto de na sua missão ser obrigado a sigilo, por lidar com informações e documentos confidenciais, explica (de algum modo) o seu comportamento reservado para com a maioria dos camaradas. Independente disso era de facto um tipo “fechado”, mas com quem sempre tive um bom relacionamento. Não muito íntimo mas um relacionamento leal e amigo, que norteou a nossa vivência num aquartelamento de dimensões reduzidas.
Foi pois com surpresa que descobri em 9 de Maio de 2010 um Loureiro que falou de si e da sua vida – sem parar – mais de uma hora.
E aconteceu por motivos imprevistos .Avaria do carro do Loureiro que obrigou a uma viagem a dois.
Obviamente que, logo que soube que o Loureiro estava “apeado”, lhe ofereci uma boleia até aos nossos sítios, pois continuamos a viver nas terras onde nascemos – Alcobaça e Marinha Grande, separadas por 30 kms. -.
E foi nessa viagem de retorno às origens que conheci um “novo”Loureiro.
Bem mais velho que o dos tempos da Guiné mas “novo”… porque já não se mostrava “fechado”.
Quarenta e tal anos depois de Binta estava sentado no meu carro ,ao meu lado, um Loureiro que falava “pelos cotovelos”…
O Loureiro falou, falou…e durante 100 Kms. quase que não abri a boca.
Fiquei a saber que o Loureiro teve desde jovem uma vida dura. Nascido na Marinha Grande passou, como muita gente do seu tempo, pelas “artes do fogo”, trabalhando na indústria vidreira...
Viveu portanto ,desde cedo, à entrada do “inferno”…pois quem se iniciava na indústria passava longas horas nas proximidades dos fornos, que cozem a altas temperaturas.
Estudou durante a noite num curso de comércio. Conseguiu arranjar um emprego melhor mas nunca teve uma vida desafogada.
Em termos familiares passou por grandes traumas.
Seu pai, vítima de doença prolongada, pôs fim à vida. E sua mãe faleceu meses depois quando o Loureiro já cumpria serviço militar na Guiné.
Nesta fase do seu regresso ao passado o Loureiro confessa o desgosto por não se ter despedido da sua mãe.
Não o fez simplesmente …porque não foi capaz.
Sabia que lhe ia dar um grande desgosto e… encarregou uma tia ,com quem tinha uma relação muito próxima, de informar a mãe que ia para a guerra do Ultramar .
E só escreveu à mãe…quando já estava na Guiné !
E foi em Binta, no Norte da Guiné, que veio a receber a dolorosa notícia da morte da sua mãe.
O Furriel Loureiro refugiou-se no seu trabalho de transmissões e aguentou o desgosto sozinho.
Como amigo, e também como enfermeiro, não me lembra de um único queixume do Loureiro. Era rijo o homem da Marinha Grande…
Cumpriu os seus dois anos de Guiné e, quando regressou, apressou-se a cumprir o doloroso dever de visitar a campa de sua mãe. Na Marinha Grande, na terra onde tinha visto pela última vez viva a sua mãe. Mãe de que não se tinha despedido…
Depois…começou “as lutas” da vida civil.
Novo emprego, casamento, pequeno empresário, filhos, divórcio…Altos e baixos numa vida de luta…
Voltava “à guerra” uma vez por ano nos convívios da sua Companhia da Guiné.
E os anos iam passando.
Em 1989 morre uma sua irmã. Em relação à morte da sua mãe tinham passado 24 anos.
O Loureiro sentiu de novo na pele o desgosto da perda de mais um familiar. No dia do velório da sua irmã resolveu a certa altura ir ao cemitério para ver como estavam a correr as coisas.
Chegou junto do coveiro que estava a abrir a cova para a sepultura da sua irmã.
O coveiro interrompeu o seu trabalho e disse ao Loureiro que havia um problema.
-Olhe que se calhar vamos ter que atrasar o funeral. Acabei de encontrar o caixão da sua mãe que está “inteiro”.Não vai caber aqui outro caixão.
O Loureiro ficou sem palavras e sem saber o que fazer.
Ali estava, à vista, o caixão de sua mãe… de que ele não se tinha despedido…
Passou-lhe uma coisa pela cabeça e pediu ao coveiro para abrir a tampa do caixão.
Foram momentos em que quase não respirou.
Retirada a tampa do caixão viu o corpo da sua mãe. Inteiro. Mirrado mas sem sinais de decomposição.
Até tirei as mãos do volante e …disse finalmente alguma coisa.
Eh pá ,que coragem tivestes !
O Loureiro continua e descreve o momento com tranquilidade.
- Parecia que tinha estado ali todos aqueles anos à minha espera. Consegui finalmente despedir-me da minha mãe e… senti uma paz imensa…
Questionei o meu amigo e companheiro da C.Caç. 675:
- Vês alguma coisa de místico, de sobrenatural no facto do corpo da tua mãe estar intacto?
- Eh pá não pensei nisso. Não sei explicar. Naquele dia senti que tinha que ir ao cemitério antes do funeral. E vi a minha mãe. E ganhei uma paz que não tinha…
Pensei cá com os meus botões :
- Para um tipo calado, fechado que nem uma ostra, naqueles cento e poucos quilómetros que tínhamos percorrido juntos, o Loureiro tinha falado mais que em dois anos de Guiné!

Quarenta e tal anos …conheci um novo Loureiro.
Despedimo-nos com um grande abraço e com uma fotografia. Para mais tarde recordar…
A história está a chegar ao fim.
Apesar de algumas referências à morte acho que é uma extraordinária história de vida…
Quanto ao futuro…costuma dizer-se que a Deus pertence.
No dia do convívio da C.Caç. 675 ouvi dizer (e fixei…) que só tem futuro quem honra o passado…
Acho que o Loureiro o fez.
Em nome do passado – e para efeitos futuros – aqui fica o meu testemunho.

JERO

sábado, 8 de maio de 2010

M 247 - ATÉ SEMPRE CÉSAR


César Taveira

A família que ainda vive em Alcobaça – sua irmã e cunhado – participaram recentemente o seu falecimento .
Era residente em Belo Horizonte – Brasil e contava 73 anos.

Chamava-se César Augusto Carvalho Taveira.
Conheci o César em miúdo.
Em jogos de futebol, em brincadeiras.
O César era um jovem irreverente que ,onde estava, não passava desapercebido.
Eu miúdo da escola ele já na escola do trabalho.
Eu menino da mamã ele já matreiro.
César Taveira foi pintor de cerâmica.
Aprendeu nas escolas da Vestal e da Raúl da Bernarda...
Aos 18 anos emigrou e durante muitos anos perdi-o de vista.
Reencontrei-o muitos anos mais tarde como aguarelista consagrado…
Com exposições na nossa terra.
Lembro-me de em casa do nosso comum amigo Adventino encontrar algumas das suas aguarelas. E em casa de outros alcobacenses.
Os seus trabalhos entusiasmavam e eram apreciados quase que com reverência.
Eram aguarelas do César!
As recordações dos locais onde viveu a sua juventude, que “retratavam” a saudade de quem está longe...


Antes de deixar a vida César Taveira conseguiu uma coisa invejável.
Através das suas aguarelas reservou , nas paredes dos seus amigos, um espaço para a sua memória.
Um feito que não é para todos.

Até sempre César.

JERO

sexta-feira, 7 de maio de 2010

M 246 - GRANJA DE VAL DE VENTOS


Património Cisterciense.
O Colmeal e a arte do mel



Os cistercienses desenvolveram a apicultura nas suas granjas.
A partir da segunda metade do século XVIII, a criação de abelhas conheceu um novo fulgor.
Frei Nuno Leitão, Geral da Ordem em 1765, manda levantar o colmeal da Granja de Val de Ventos (Turquel) e, por seu turno, a administração do Santíssimo Sacramento adquire um covão de abelhas na Moita, nas imediações da Granja do Campo, no Valado (esta granja já dispunha de um colmeal na Torre).
Graças a esta actividade, abundava o doce mel de tão grande utilidade na alimentação (sobretudo na doçaria), nas bebidas fermentadas, na arte terapêutica e a cera com que se alumiava os altares dos Santos, as procissões da Candelária (2 de Fevereiro) e mesmo as habitações.
As abelhas ainda contribuíam para a polinização das fruteiras e demais culturas, criando condições favoráveis a uma abastança de frutos.
Os covões (conjuntos de cortiços ou colmeias) estavam concentrados na área serrana dos coutos, embora também se fomentasse a apicultura nas terras de campo.

Frei Manuel de Figueiredo elucida-nos que “há alguns cortiços de abelhas pelos fundos da Serra de Albardos, que produzem o melhor mel deste reino. Também no Camarção (Pataias) e terras de Alcobaça há maiores números de abelhas que produzem mel mais parco”.
A geografia apícola coincidia, grosso modo, com as áreas de pastoreio.
Para proteger os cortiços levantavam-se muros apiários.

Estas edificações resguardavam os cortiços de predadores como o texugo, a doninha, sapos, cobras e lagartos; abrigavam-nos dos ventos frios; da acção letal dos fogos.
A dedicação dos monges a estes insectos laboriosos evidencia-se no extremo cuidado com que deles tratavam.
O levantamento de um colmeal pedia uma orientação adequada de forma a evitar os ventos de Norte, Noroeste e Nordeste.
Para além desta cautela, separava-se o murado do colmeal da envolvente de mato ou floresta por meio de um valado amplo, com a função de corta fogos. Os cortiços eram devidamente cobertos por telhões.
Os covões tinham guarda destacado.

Este homem, para além da vigilância, encarregava-se da cresta, da enxameação, de limpar as colmeias, manter o valado.
A receita utilizada para aumentar os enxames nos covões consistia em crestar os cortiços, com um intervalo, de dois em dois anos.
Este sacrifício temporário da produção assegurava enxames numerosos e saudáveis.
A cresta efectuava-se, por regra, durante o mês de Junho. Para ajudar os enxames a resistir ao Inverno, colocavam-se, nas imediações dos cortiços, tigelas com castanhas piladas cozidas.
O mel da Serra era o mais claro que se produzia em Portugal. Para o conservarem acondicionavam-no em bilhas de barro. A receita das colmeias compensava largamente as despesas.

O covão da Moita, no ano de 1777, rendeu 12.000 réis em mel, aproximadamente 7% do seu preço de custo (a sua aquisição foi feita por 82.500 réis).
O colmeal de Val Ventos constituía a maior instalação apícola cisterciense.

O muro apiário, com cerca de 20m de largura por 20m de comprimento e 2m de altura, estava situado numa encosta virada para o nascente, alojando-se os cortiços nos vários patamares servidos por escadarias laterais.
Este colmeal, que J. Vieira Natividade observou na década de 20, possuía “83 colmeias – 70 cortiços e 13 colmeias móveis”.

António Valério Maduro



quarta-feira, 5 de maio de 2010

M 245 - UMA BANDA DE SUCESSO

Banda de Alcobaça vence 1º prémio em Concurso de Bandas

A Banda de Alcobaça ficou classificada em 1.º lugar na categoria a que concorreu (2ª) no “Concurso de Bandas do Ateneu Vilafranquense”, único concurso de Bandas do país.

Nesta terceira edição, concorreram 21 Bandas,
entre as quais uma alemã e outra suíça.

BANDAS PARTICIPANTES NO 3º.CONCURSO
Associação Filarmónica 1º Dezembro (Ourém)
Associação Filarmónica Bidoeirense (Leiria)
Associação Filarmónica e Cultural do Entroncamento
Banda da Associação de Instrução e Recreio Angejense (Albergaria-a-Velha)
Banda de Alcobaça
Banda de Música da Cidade de Espinho
Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Santa Iria
Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Alcoentre
Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Arrifana
Banda Sociedade Filarmónica Paialvense - Manoel de Mattos (Tomar)
Filarmónica Recreativa de Aveiras de CimaMusikVerein Arlesheim (Suiça)
Orquestra de Sopros da Academia de Artes de Chaves
Sinfonisches Blasorchester der Städtischen Musikschule Hamm (Alemanha)
Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela
Sociedade Filarmónica Incrivel Almadense (Almada)
Sociedade Filarmónica União Samorense (Samora Correia)
Sociedade Filarmónica Vermoilense (Vermoil)
Sociedade Imparcial de 15 de Janeiro de 1898 (Alcochete)
Sociedade Musical Gouveense (Gouveia)
Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º Janeiro (Castro Verde)

2.ª categoria:
1.º classificado - Banda de Alcobaça
2.º classificado - Sociedade Musical Gouveense (Gouveia)
3.º classificado - Sociedade Filarmónica Humanitária de Palmela

A Banda de Alcobaça recebe este prémio no ano em que se comemoram os 90 anos da sua fundação.

UMA BANDA COM NOVENTA ANOS COM A AMBIÇÃO PRÓPRIA DOS JOVENS
QUE A COMPÕEM: DIRECÇÃO, MAESTRO E EXECUTANTES.
~PARABÉNS BANDA DE ALCOBAÇA~
JERO

terça-feira, 4 de maio de 2010

M 244 - FUTEBOL E MORAL / quem a tem chama-lhe sua !?




Antes de irmos à “moral” não podemos deixar de manifestar a nossa surpresa por ter visto os responsáveis e adeptos do Porto a festejarem com tanto entusiasmo o feito incontornável de, a uma semana do final do Campeonato, terem assegurado o 3º. posto na classificação geral e um lugar na disputa da próxima Liga da Europa. Quem os viu e quem os vê !?
Mas adiante…


Vamos então à moral que o Benfica não tem…
Aqui estamos de acordo:
Moral...moral tem o Porto, a começar nos seus dirigentes e acabar no mais humilde dos “soldados” da sua claque dos Super Dragões.
De facto esbanjam “moral” por tudo quanto é sítio…
Tanta “moral que os primeiros são clientes assíduos de Tribunais e Advogados (ou vice-versa) e os segundos, quando se deslocam por esse país fora, obrigam ao fecho compulsivo de estações de serviço onde, a maioria das vezes, a sua “moral” não é compreendida…
Para não ir mais longe é só recordar a sua passagem pelo Algarve onde espalharam “moral” à ida e à vinda…
A este respeito queremos dizer que criticamos e manifestamos o nosso repúdio em relação a claques não legalizadas do Benfica que praticam actos condenáveis do mesmo tipo do que a dos Super Dragões.

« O futebol não é uma guerra e os jogos são para ganhar dentro de campo ».

Ainda sobre os incidentes que “não aconteceram” antes do jogo Porto-Benfica o director de comunicação do clube da Luz teve a desfaçatez de criticar elementos da PSP após incidentes na Invicta
O director de comunicação do Benfica, João Gabriel, acusou «algumas pessoas do comando do Porto » da PSP depois dos incidentes verificados antes do jogo contra o FC Porto no Estádio do Dragão. citando em particular o subcomissário Marco Almeida.
O porta-voz das águias acusa-o de ter mentido quando « negou à Comunicação Social que o autocarro [das águias] tenha sido apedrejado ».
Ora o que nós vimos na Televisão não dá razão ao responsável do Benfica. O veículo que transportava os atletas do Benfica para o Dragão é que não tem grande qualidade, nomeadamente no que respeita aos vidros das suas janelas, que se partiram numa zona perto de campos de golfe a caminho do Estádio.
Algumas bolas de golfe, que eram “empurradas” por pedras a caminho do 19º. buraco, causaram ferimentos ligeiros em Pablo Aimar e Alan Kardec , que assistiam no autocarro a este jogo pouco conhecido de golfistas “pedrados” .
Mas há sempre uma primeira vez para tudo … O director de comunicação do clube de Lisboa mostrou ainda estranheza pelo facto de « centenas de pessoas terem entrado com centenas de bolas de golfe » no estádio, algumas das quais arremessadas para o relvado durante o jogo.
Mas o que é isso tem de estranho !? Aqui não percebemos ???
O que há de estranho em andar com bolas de golfe no bolso quando se vai ver um jogo de futebol?
E quanto a mandá-las para o relvado ? Não será que fazia parte de uma coreografia dos Super Dragões ?
Só por manifesta má vontade se poderia pensar noutra coisa !
O BENFICA NÃO TEM DIMENSÃO MORAL …
Moral...moral tem o Porto.

Moral, bolas de golfe e …pedras.


Bom senso precisa-se. O futebol não é uma guerra.


JERO

segunda-feira, 3 de maio de 2010

M 243 - VAMOS LUTAR POR UMA ESCOLA MELHOR


Só quem está no ensino – ou por perto - percebe a dimensão do problema.
Vejam isto!
PARTICIPAÇÃO DISCIPLINAR MUITO GRAVE:


Professora agredida: Leonídia Marinho
Grupo Disciplinar: 10º B – Filosofia
Agressor: +++++++++++

Contextualização:

Dia vinte e seis de Março de 2010.
Último dia de aulas. Às 14 horas dirigi-me à sala 15 no Pavilhão A para dar a aula de Área de Integração à turma 10º DG do Curso Profissional de Design Gráfico.
Propus aos alunos a ida à exposição no Polivalente e à Feira do Livro, actividades a decorrer no âmbito dos dias da ESE.
A grande maioria dos elementos da turma concordou, com excepção de três ou quatro elementos que queriam permanecer dentro da sala de aula sozinhos.
Deixar que os alunos fiquem sozinhos na sala de aula sem a presença do professor é algo que não está previsto no Regulamento Interno da Escola pelo que, perante a resistência dos alunos que não manifestavam qualquer interesse nas actividades supracitadas decidi que ficaríamos todos na sala com a seguinte tarefa: cada aluno deveria produzir um texto subordinado ao tema “A socialização” o qual me deveria ser entregue no final da aula.
Será preciso dizer qual a reacção dos alunos?
Apenas poderei afirmar que os alunos desta turma resistem sempre pela negativa a qualquer trabalho porque a escola é, na sua perspectiva, um espaço de divertimento mais do que um espaço de trabalho.
Digamos que é uma Escola a fingir onde TUDO É PERMITIDO!
É muito fácil não ter problemas com os alunos.
Basta concordar com eles e obedecer aos seus caprichos.
Esta não é, para mim, uma solução apaziguadora do meu estado de espírito.
Antes pelo contrário.
A seriedade é uma bússola que sempre me orientou mas tenho que confessar, não raras vezes, sinto imensas dificuldades em estimular o apetite pelo saber a alunos que têm por este um desprezo absoluto. As generalizações são abusivas
Neste caso, não se trata de uma generalização abusiva mas de uma verdade inquestionável. Permitam-me um desabafo: os Cursos Profissionais são o maior embuste da actual Política Educativa.
Acabar com estes cursos?
Não me parece a solução.
Alterem-se as regras.
Factos ocorridos na sala de aula:
Primeiro Facto:
Dei início à aula não sem antes solicitar aos alunos que se acomodassem nos seus lugares. Todos o fizeram exceptuando o aluno ***********, que fez questão de se sentar em cima da mesa com a intenção manifesta de boicotar a aula e de desafiar a autoridade da professora.
Dei ordem ao aluno para que se sentasse devidamente e este fez questão de que eu o olhasse com atenção para verificar que ele, ***********, já estava efectivamente sentado e ainda que eu não concordasse com a sua forma peculiar de se sentar no contexto de sala de aula, seria assim que ele continuaria: sentado em cima da mesa. Por três vezes insisti para que o aluno se acomodasse correctamente e por três vezes o aluno resistiu a esta ordem.
Reacção da maioria dos elementos da turma: Risada geral.
Reacção do aluno *********: Olhar de agradecimento dirigido aos colegas porque afinal a sua “ousadia” foi reconhecida e aplaudida.
Reacção da professora: sensação de impotência e quebra súbita da auto-estima.
Senti este primeiro momento de desautorização como uma forma que o aluno, instalado na sua arrogância, encontrou de me tentar humilhar para não se sentir humilhado.
Como diria Gandhi, “O que mais me impressiona nos fracos, é que eles precisam de humilhar os outros, para se sentirem fortes…”
Saliento que neste primeiro momento da aula a humilhação não me atingiu a alma embora essa fosse manifestamente a intenção do aluno.
Segundo Facto:
Dei ordem de expulsão da sala de aula ao aluno **********, com falta disciplinar. O aluno recusou sair da sala e manteve-se sentado em cima da mesa com uma postura de “herói” que nenhum professor tem o direito de derrubar sob pena de ter que assumir as consequências físicas que a imposição da sua autoridade poderá acarretar.
Nem sempre um professor age ou reage da forma mais correcta quando é confrontado com situações de indisciplina na sala de aula. Deveria eu saber fazê-lo? Talvez! Afinal, a normalização da indisciplina é um facto que ninguém poderá negar. Deveria ter chamado o Director da Escola para expulsar o aluno da sala de aula? Talvez…mas não o fiz. Tenho a certeza de que se tivesse sido essa a minha opção a minha fragilidade ficaria mais exposta e doravante a minha autoridade ficaria arruinada.
Dirigi-me ao aluno e conduzi-o eu própria, pelo braço, até à porta para que abandonasse a sala. O aluno afastou-me com violência e fez questão de se despedir de uma forma tremendamente singular: colocou os seus dedos na boca e em jeito de despedida absolutamente desprezível, atirou-me um beijo que fez questão de me acertar na face com a palma da mão. Dito de uma forma muito simples e SEM VERGONHA: Fui vítima de agressão. Pela primeira vez em aproximadamente vinte anos de serviço.
Intensidade Física da agressão: Média (sem marcas).
Intensidade Psicológica e Moral da agressão: Muito Forte.
Reacção dos alunos: Riso Nervoso.
Reacção do aluno **********: Ódio visível no olhar.
Reacção da professora: Humilhação.
Ainda que eu saiba que a humilhação é fruto da arrogância e que os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexos de inferioridade que usam a humilhação para não serem humilhados, o que eu senti no momento da agressão foi uma espécie de visita tão incómoda quanto desesperante. Acreditem: a visita da humilhação não é nada agradável e só quem já a sentiu na alma pode compreender a minha linguagem.
Terceiro Facto:
O aluno preparava-se para fugir da sala depois de me ter agredido e, conforme o Regulamento Interno determina, todos os alunos que são expulsos da sala de aula terão que ser conduzidos até ao GAAF, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família. Para o efeito, chamei, sem êxito, a funcionária do Pavilhão A, que não me conseguiu ouvir por se encontrar no rés-do-chão. Enquanto tal, não larguei o aluno para que ele não fugisse da escola (embora lhe fosse difícil fazê-lo porque os portões da escola estão fechados).
Mais uma vez, o aluno agrediu-me, desta vez, com maior violência, sacudindo-me os braços para se libertar e depois de conseguir o seu objectivo, começou a imitar os movimentos típicos de um pugilista para me intimidar. Esta situação ocorreu já fora da sala de aula, no corredor do último piso do Pavilhão A.
Reacção dos alunos (que entretanto saíram da sala para assistir à cena lamentável de humilhação de uma professora no exercício das suas funções): Risada geral.
Reacção do aluno ********: Entregou-se à funcionária que entretanto se apercebeu da ocorrência.
Reacção da Professora: Revolta e Dor contidas que só o olhar de um aluno mais atento ou mais sensível conseguiria descodificar. Porque, acreditem: dei a aula no tempo que me restou com uma máscara de coragem que só caiu quando a aula terminou e sem que nenhum aluno se apercebesse. Entretanto, a funcionária bateu à porta para me informar que o aluno queria entrar na aula para me pedir desculpa pelo seu comportamento “exemplar”.
Diz-se que um pedido de desculpas engrandece as partes: quem o pede e quem o aceita. Não aceitei este pedido por considerar que, fazendo-o, estaria a pactuar com um sistema em que os professores são constantemente diabolizados, desprestigiados e ameaçados na sua integridade física e moral.
Em última análise, a liberdade não se aliena.
O aluno escolheu o seu comportamento.
O aluno deverá assumir as consequências do comportamento que escolheu e deverá responder por ele.
É preciso PUNIR quem deve ser punido.
E punir em conformidade com a gravidade de cada situação.
A situação relatada é muito grave e deverá ser punida severamente.
Sou suspeita por estar a propor uma pena severa?
Não! Estou simplesmente a pedir que se faça justiça.Vamos ser sérios. Vamos ser solidários. Vamos lutar por uma Escola Decente.
Ps: Este caso já foi participado na Polícia e seguirá para Tribunal.
Ermesinde, 30 de Março de 2010
A Professora Leonídia Marinho

sábado, 1 de maio de 2010

M 242 - COMENTÁRIOS QUE MERECEM SER POSTAGENS


comentários:

Áurea disse...

Faz hoje dois anos que a minha

já daqui se foi embora

Agora só tenho a saudade

Duma mãe querida em bondade

Que junto a mim já não mora.


A propósito do que acabei de escrever, vou partilhar um poema, que escrevi, na noite que a minha mãe faleceu e que li para ela, no cemitério, antes de descer à terra.


Mãe Querida


Obrigado meu Jesus

Pela mãe que nós tivemos

Ela nunca te esquecia

Hoje nós ta oferecemos


Cinquenta e sete anos com ela

Com carinho e alegria

Cantou, viveu, trabalhou

E às vezes por nós sofria


Foi um grande privilégio

Ter uma mãe tão querida

Que vai ficar na lembrança

Para toda a nossa vida


Foste uma boa mãe

Muito alegre e divertida

Tu Fizeste sempre o bem

Durante toda a tua vida


Com uma palavra amiga

Ou com um "bem" material

Tu eras sempre conforto

Para quem estava mal


Ela na vida! Jesus!

Tudo te agradecia

Ontem vieste buscá-la

Para tua companhia


"Mãe querida, mãe querida

O melhor que a gente tem

Não há outro amor na vida

Igual ao amor de mãe!!!"


02-05-2008

BJO

Áurea