sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

M162-TRAGÉDIA NO HAITI


TEMPO DE MÁGOA E DESESPERO

São imagens de dor, de desespero, imagens de memória de outras tragédias.

Mas o Haiti é de há muito ele próprio uma tragédia que nos envergonha a nós sociedade organizada rica e indiferente.

Não se entende porque não houve solidariedade quando devia ter havido, isto é, antes do terramoto.

O Haiti nasceu pela mão dos primeiros escravos livres não muito longe do rio do seu descontentamento: o Mississipi.

O algodão é apenas uma fantasia num país dilacerado por barbaridades ditatoriais.

O terramoto arrasou as casas, as estradas, as pontes, o aeroporto, o porto. Sem porto os barcos não atracam. Sem controlo aéreo ao aviões não chegam. Sem pontes e estradas os bens, vindos do mundo rico, não são distribuídos.

Não há hospitais para tratar dos vivos, nem vivos para tratar dos mortos.

O Haiti é um filme de ficção científica onde tudo desaparece. A autoridade do estado, a polícia, os bombeiros, a solidariedade até.

Em breve a inseguraNegritonça fará o resto. O olho nos meios dos cegos espreita os despojos.

O Brasil comanda as Forças das Nações Unidas.

Espera-se que se entendam com os Americanos, que estão a chegar aos milhares.

Vai ser preciso tanto tempo, tanta mágoa para suportar a vida no lado ocidental na Ilha de Espanhola.

Rui Rasquilho

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