quarta-feira, 2 de setembro de 2009

M24 - O BURRO, A CARROÇA E... A FALTA DO HOMEM!

ESTÓRIAS DO QUOTIDIANO... que não acontecem todos os dias!

O burro, a carroça e... a falta do homem!

Não é bem a história do velho, do rapaz e do burro mas tem algumas das suas personagens...

Há cerca de dez anos um médico meu amigo regressava a Alcobaça no final da tarde. Podia-se dizer até que já era mais noite que dia.

Viajava de Leiria no seu jeep e já perto de Aljubarrota, quando se inicia a descida a caminho de Alcobaça, ultrapassou uma carroça puxada por um burro, que seguia no mesmo sentido. Momentos depois da ultrapassagem alguma coisa lhe pareceu mal e... subitamente “soou um alarme” na sua cabeça:- em cima da carroça não seguia ninguém.

Mais uns minutos estava em casa e... antes de se sentar à mesa para jantar resolveu telefonar para a Policia.

Não lhe saía da cabeça a ideia de que o condutor da carroça podia ter caído e estar ferido e sem sentidos à beira da estrada.

Por outro lado o facto de o burro continuar a circular, a caminho de Alcobaça, sozinho e... sem luzes... poderia a qualquer momento provocar um acidente.

Telefonou para a P.S.P. deu conta das suas preocupações e foi-lhe sugerido que desse conta da ocorrência à GNR pois o burro com a carroça (sem condutor) circularia ainda a alguma distância de Alcobaça (2 ou 3 kms).

E portantos – é bem de ver - não se encontrava ainda na área da responsabilidade da Polícia. Teria que ser com a GNR.

O meu amigo insistiu com o Agente para ser ele a dar conhecimento à GNR, que era logo na porta ao lado, mas nada feito. Tinha que ser o próprio a tratar do assunto.

Já um pouco aborrecido mas sem ser capaz de começar a jantar sem cumprir o seu dever de cidadania resolveu telefonar para o Posto da GNR.

Assim fez , contou o que se tinha passado e... depois de uma curta pausa foi questionado: -
Há quanto tempo tinha passado pelo burro?

Tinha sido já na descida da Lameira?

Dadas as respostas ouviu do outro lado a seguinte sugestão: - Tendo em atenção o tempo entretanto decorrido o burro e a carroça já deviam estar perto da vila de Alcobaça e portanto teria que dar conta da ocorrência à PSP, que era a autoridade competente para tratar do assunto.

O meu amigo médico foi aos arames barafustou mas... nada feito.

Não fez mais telefonema nenhum e...foi finalmente jantar, chateado que nem um peru, e só não tomou um “xanax o,5 mg” para dormir nessa noite porque os médicos normalmente só prescrevem...

Um dia “caiu na asneira” de me contar esta estória.

Obviamente que o questionei: - Então e nunca veio a saber o que aconteceu ao burro?

Não sabia.

Fiquei intrigado com a narrativa – que não tinha tido um final condigno - e como tenho alguns conhecimentos comecei a investigar esta estória apesar de já terem passado alguns anos
Os primeiros esforços foram baldados mas finalmente o meu trabalho de investigação foi recompensado.

Recentemente encontrei alguns pistas quentes.

Primeiro foi para os lados do Palácio de São Bento.
Mais recentemente junto de Palácio dos Congressos de Almada.

Mas nada . As pistas quentes eram apenas... mornas!

O burro de Aljubarrota não tinha chegado lá.

Até que há uns dias atrás fez-se luz no meu espírito.

Abri a televisão e vi um burro a “falar” para a “Quinta das Celebridades”.

Ali estava ele.

Mesmo à minha frente no écran juntamente com a azougada Júlia Pinheiro.

A simpática e despachada apresentadora do programa chamava-lhe “Pavarotti”.

E ele respondia e... para meu espanto... dizia coisas bem mais acertadas de que alguns concorrentes da “Quinta”.

Cá para mim era o burro de Aljubarrota!

O meu amigo pode estar finalmente tranquilo.

O burro afinal não tinha feito estragos de maior e... até já era “estrela da TV”.

Há cada estória nestas nossas vidas... feitas de quotidianos!!!

JERO

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